Há mulheres que fazem história nas trincheiras. Outras, debaixo do capô de um carro.
Desde Josina Machel a lutar pela libertação do país, passando pelas mães que criam os seus filhos sozinhas, até mulheres como a Catarina - a resistência da mulher moçambicana nunca precisou de permissão para existir.
No mais recente episódio de Chapa Chapa My Love, conhecemos Catarina. Mecânica. Determinada. Imparável.
Com as mãos sujas de óleo e ferramentas que pesam tanto quanto os preconceitos que enfrenta, ela conquista o seu espaço numa profissão onde poucos esperam vê-la. Cada dia na oficina é uma batalha silenciosa - contra o espanto no olhar de quem chega, contra a desconfiança de quem duvida, contra a pergunta que teima em aparecer: "Tens a certeza que sabes o que estás a fazer?"
A resposta de Catarina? O roncar de um motor perfeitamente afinado.
Ela não está ali para provar nada a ninguém. Está ali porque aquele é o seu lugar, conquistado com suor, estudo e uma coragem que não se ensina - apenas se vive.
A história da Catarina é muito maior do que uma mulher a consertar carros. É o reflexo de uma nova geração de mulheres moçambicanas que recusa ser limitada por expectativas sociais. Que não pede licença. Que não espera pela vez. Que simplesmente faz.
Das trincheiras aos motores, a mulher moçambicana continua a provar: não há caminho que não possa trilhar. Não há sonho grande demais. Não há motor que não consiga arranjar.
